IMUNO-HISTOQUÍMICA
O que é imuno-histoquímica?
Imuno-histoquímica é o processo de detecção da expressão de proteínas localizadas nas células dos tecidos utilizando o princípio antígeno/anticorpo, largamente utilizada no diagnóstico e prognóstico do câncer. Uma vasta gama de marcadores está à disposição para um diagnóstico mais preciso.
Aplicações diagnósticas
- Determinação de fatores prognósticos de neoplasias (carcinomas mamários, de endométrio, etc.)
- Elucidação de dúvidas diagnósticas entre neoplasias benignas e malignas
- Elucidação de dúvidas diagnósticas entre lesões neoplásicas e não neoplásicas
- Diagnóstico histogenético de neoplasias morfologicamente pouco diferenciadas ou indiferenciadas
- Subclassificação de linfomas e sarcomas
- Caracterização de origem de neoplasias metastáticas (com sítio primário desconhecido)
- Identificação de caracterização de produtos de secreção de células neoplásicas
- Pesquisa de metástases em linfonodo sentinela (e.g. carcinoma de mama e melanoma)
- Avaliação de infiltração neoplásica mínima ou doença residual mínima em biópsia de medula óssea
- Avaliação de infertilidade em biópsias de endométrio
- Avaliação de expressão de marcadores neuroendócrinos em carcinomas prostáticos avançados para novas possibilidades terapêuticas
- Pesquisa de expressão das proteínas dos genes de reparo do DNA (instabilidade microsatélite)
- Avaliação de vitiligo em biópsias de pele
Como Solicitar
Para casos externos, o bloco de parafina do caso a ser estudado deve ser enviado ou entregue no laboratório (via
correio ou pessoalmente), juntamente com o laudo anátomopatológico do laboratório de origem. Para casos do laboratório, entrar em contato com médico patologista ou enviar solicitação/guia. Qualquer dúvida, entrar em contato com a Recepção de Materiais.
IMUNO-HISTOQUÍMICA PARA CÂNCER DE MAMA
O exame imuno-histoquímico do carcinoma de mama consiste na pesquisa de expressão tumoral de receptores hormonais (estrógeno e progesterona), expressão da proteína erB-2 (HER2) e avaliação do índice de proliferação (KI67) da neoplasia. Essa pesquisa é útil para orientar o médico quanto a evolução da doença e para indicar as melhores formas de tratamento, individualizadas para cada paciente, a depender do resultado da pesquisa.
IMUNO-HISTOQUÍMICA PARA AVALIAÇÃO DE INFERTILIDADE
O exame imuno-histoquímico para avaliação de infertilidade consiste na avaliação do infiltrado inflamatório presente em biópsia de endométrio, com quantificação dos linfócitos e células natural-killers (NK), através da pesquisa de expressão de marcadores de origem linfoide (CD20, CD3, CD138 e CD56). Este exame tem como objetivo auxiliar o médico na tentativa de confirmar ou afastar o papel do infiltrado inflamatório estromal na causa da infertilidade de cada paciente, sempre levando em consideração a correlação anátomo-clínica.
PESQUISA DA EXPRESSÃO DAS PROTEÍNAS DOS GENES DE REPARO (INSTABILIDADE MICROSATÉLITE).
O exame consiste na pesquisa da expressão de proteínas dos genes associados ao reparo do material genético celular (DNA) através de exame imuno-histoquímico (pares pesquisados: MLH1 e PMS2, MSH6 e MSH2). A perda de expressão de uma ou mais dessas proteínas pode estar presente em carcinomas colorretais ou endometriais, e associada as características clínicas do paciente e aos achados anatomopatológicos, sugerem a presença de mutações genéticas específicas (como por exemplo mutações do gene KRAS ou NRAS), avaliadas posteriormente através do exame de pesquisa de reação da cadeia de polimerase (PCR). A identificação da mutação específica para cada caso individual abre novas possibilidades terapêuticas, incluindo a utilização de novos drogas imunoterápicas com eficácia comprovada.
PESQUISA DE DIFERENCIAÇÃO NEUROENDÓCRINA EM CÂNCER DE PRÓSTATA
Uma pequena porcentagem de adenocarcinomas prostáticos pode apresentar diferenciação pelo menos focal de células de padrão neuroendócrino, que está associada a um comportamento mais agressivo e maior resistência ao tratamento usual (incluindo a terapia de privação androgênica). A pesquisa desta diferenciação neuroendócrina é realizada através do exame de imuno-histoquímica que detectada a presença e a intensidade da expressão de marcadores neuroendócrinos imuno-histoquímicos (Cromogranina, Sinaptofisina, CD56) nas células tumorais. Se presente, essa diferenciação auxilia o oncologista na escolha de tratamentos alternativos (incluindo o uso de somatostatina) para evitar a resistência terapêutica.
PESQUISA DE VITILIGO EM BIÓPSIA DE PELE.
O vitiligo é uma doença de base auto-imune caracterizada por manchas descoloridas da pele, devido a diminuição intensa ou ausência local de melanócitos, que são as células que produzem o pigmento melanina, responsável pela cor da pele. O diagnóstico do Vitiligo é predominantemente clínico, entretanto o exame imuno-histoquímico para a pesquisa de melanócitos na pele afetada (através de marcadores melanocíticos como S100 e Melan A) pode auxiliar na exclusão ou na confirmação diagnóstica, através de uma correlação anátomo-clínica completa.