IMUNO-HISTOQUÍMICA

O que é imuno-histoquímica?

Imuno-histoquímica é o processo de detecção da expressão de proteínas localizadas nas células dos tecidos utilizando o princípio antígeno/anticorpo, largamente utilizada no diagnóstico e prognóstico do câncer. Uma vasta gama de marcadores está à disposição para um diagnóstico mais preciso.

Aplicações diagnósticas

Como Solicitar

Para casos externos, o bloco de parafina do caso a ser estudado deve ser enviado ou entregue no laboratório (via
correio ou pessoalmente), juntamente com o laudo anátomopatológico do laboratório de origem. Para casos do laboratório, entrar em contato com médico patologista ou enviar solicitação/guia. Qualquer dúvida, entrar em contato com a Recepção de Materiais.

IMUNO-HISTOQUÍMICA PARA CÂNCER DE MAMA

O exame imuno-histoquímico do carcinoma de mama consiste na pesquisa de expressão tumoral de receptores hormonais (estrógeno e progesterona), expressão da proteína erB-2 (HER2) e avaliação do índice de proliferação (KI67) da neoplasia. Essa pesquisa é útil para orientar o médico quanto a evolução da doença e para indicar as melhores formas de tratamento, individualizadas para cada paciente, a depender do resultado da pesquisa.

Referência: Zaha DC. Significance of immunohistochemistry in breast cancer. World J Clin Oncol. 2014;5(3):382-392. doi:10.5306/wjco.v5.i3.382

IMUNO-HISTOQUÍMICA PARA AVALIAÇÃO DE INFERTILIDADE

O exame imuno-histoquímico para avaliação de infertilidade consiste na avaliação do infiltrado inflamatório presente em biópsia de endométrio, com quantificação dos linfócitos e células natural-killers (NK), através da pesquisa de expressão de marcadores de origem linfoide (CD20, CD3, CD138 e CD56). Este exame tem como objetivo auxiliar o médico na tentativa de confirmar ou afastar o papel do infiltrado inflamatório estromal na causa da infertilidade de cada paciente, sempre levando em consideração a correlação anátomo-clínica.

Referência: Giuliani E, Parkin KL, Lessey BA, Young SL, Fazleabas AT. Characterization of uterine NK cells in women with infertility or recurrent pregnancy loss and associated endometriosis. Am J Reprod Immunol. 2014;72(3):262-269. doi:10.1111/aji.12259

PESQUISA DA EXPRESSÃO DAS PROTEÍNAS DOS GENES DE REPARO (INSTABILIDADE MICROSATÉLITE).

O exame consiste na pesquisa da expressão de proteínas dos genes associados ao reparo do material genético celular (DNA) através de exame imuno-histoquímico (pares pesquisados: MLH1 e PMS2, MSH6 e MSH2). A perda de expressão de uma ou mais dessas proteínas pode estar presente em carcinomas colorretais ou endometriais, e associada as características clínicas do paciente e aos achados anatomopatológicos, sugerem a presença de mutações genéticas específicas (como por exemplo mutações do gene KRAS ou NRAS), avaliadas posteriormente através do exame de pesquisa de reação da cadeia de polimerase (PCR). A identificação da mutação específica para cada caso individual abre novas possibilidades terapêuticas, incluindo a utilização de novos drogas imunoterápicas com eficácia comprovada.

Referência: Evrard C, Tachon G, Randrian V, Karayan-Tapon L, Tougeron D. Microsatellite Instability: Diagnosis, Heterogeneity, Discordance, and Clinical Impact in Colorectal Cancer. Cancers (Basel). 2019;11(10):1567. Published 2019 Oct 15. doi:10.3390/cancers11101567

PESQUISA DE DIFERENCIAÇÃO NEUROENDÓCRINA EM CÂNCER DE PRÓSTATA

Uma pequena porcentagem de adenocarcinomas prostáticos pode apresentar diferenciação pelo menos focal de células de padrão neuroendócrino, que está associada a um comportamento mais agressivo e maior resistência ao tratamento usual (incluindo a terapia de privação androgênica). A pesquisa desta diferenciação neuroendócrina é realizada através do exame de imuno-histoquímica que detectada a presença e a intensidade da expressão de marcadores neuroendócrinos imuno-histoquímicos (Cromogranina, Sinaptofisina, CD56) nas células tumorais. Se presente, essa diferenciação auxilia o oncologista na escolha de tratamentos alternativos (incluindo o uso de somatostatina) para evitar a resistência terapêutica.

Referência: Parimi V, Goyal R, Poropatich K, Yang XJ. Neuroendocrine differentiation of prostate cancer: a review. Am J Clin Exp Urol. 2014;2(4):273-285. Published 2014 Dec 9.

PESQUISA DE VITILIGO EM BIÓPSIA DE PELE.

O vitiligo é uma doença de base auto-imune caracterizada por manchas descoloridas da pele, devido a diminuição intensa ou ausência local de melanócitos, que são as células que produzem o pigmento melanina, responsável pela cor da pele. O diagnóstico do Vitiligo é predominantemente clínico, entretanto o exame imuno-histoquímico para a pesquisa de melanócitos na pele afetada (através de marcadores melanocíticos como S100 e Melan A) pode auxiliar na exclusão ou na confirmação diagnóstica, através de uma correlação anátomo-clínica completa.

Kubanov A, Proshutinskaia D, Volnukhin V, Katunina O, Abramova T. Immunohistochemical analysis of melanocyte content in different zones of vitiligo lesions using the Melan-A marker. Acta Dermatovenerol Alp Pannonica Adriat. 2016;25(1):5-9.